Na
hipótese, cuidou-se de contrato de autorização para uso de imagem
celebrado entre um atleta e sociedade empresária no ramo esportivo.
Ocorre que, no segundo período de vigência do contrato, a sociedade
empresária cumpriu apenas metade da avença , o que ocasionou a rescisão
contratual e a condenação ao pagamento de multa rescisória. Assim, a quaestio juris
está na possibilidade de redução da cláusula penal (art. 924 do
CC/1916), tendo em vista o cumprimento parcial do contrato. Nesse
contexto, a Turma entendeu que, cumprida em parte a obrigação, a regra
contida no mencionado artigo deve ser interpretada no sentido de ser
possível a redução do montante estipulado em cláusula penal, sob pena de
legitimar-se o locupletamento sem causa. Destacou-se que, sob a égide
desse Codex, já era facultada a redução da cláusula penal no
caso de adimplemento parcial da obrigação, a fim de evitar o
enriquecimento ilícito. Dessa forma, a redução da cláusula penal
preserva a função social do contrato na medida em que afasta o
desequilíbrio contratual e seu uso como instrumento de enriquecimento
sem causa. Ademais, ressaltou-se que, no caso, não se trata de redução
da cláusula penal por manifestamente excessiva (art. 413 do CC/2002),
mas de redução em razão do cumprimento parcial da obrigação, autorizada
pelo art. 924 do CC/1916. In casu, como no segundo período de
vigência do contrato houve o cumprimento de apenas metade da avença,
fixou-se a redução da cláusula penal para 50% do montante
contratualmente previsto. Precedentes citados: AgRg no Ag 660.801-RS, DJ
1º/8/2005; REsp 400.336-SP, DJ 14/10/2002; REsp 11.527-SP, DJ
11/5/1992; REsp 162.909-PR, DJ 10/8/1998, e REsp 887.946-MT, DJe
18/5/2011. REsp 1.212.159-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 19/6/2012.
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