O Facebook pediu desculpas por utilizar em uma peça de publicidade veiculada na rede social a foto de uma adolescente de 17 anos que havia se matado por sofrer bullying virtual. O comunicado foi encaminhado ao G1 nesta quarta-feira (18). A foto da adolescente Rehtaeh Parsons estava sendo utilizada para promover a página de encontros ionechat.com. A imagem aparecia ao da frase: “Conheça as meninas e mulheres canadenses para amizade, namoro ou relacionamentos”. Acima da foto da garota: “Encontre amor no Canadá!”. "Este foi um exemplo extremamente infeliz de um anunciante utilizando uma imagem da internet para sua campanha. É uma violação clara de nossa política de publicidade e removemos o anúncio permanentemente da conta do anunciante. Nos desculpamos por qualquer dano que essa situação tenha causado", afirma o Facebook no comunicado. O vietnamita Anh Dung, proprietário do site ionechat.com, afirmou ao jornal “Toronto Sun” nesta quarta-feira que ele encontrou a foto de Parsons na busca de imagens do Google e não tinha conhecimento de sua história. “Meu Deus, isso é tão nojento. Quem poderia fazer algo tão doente assim?”, escreveu o pai de Rehtaeh, Glen Cannning em seu blog nesta quarta-feira (18). Também em um post em seu blog, datado de agosto, Canning descreve o que a filha disse à mãe.A jovem morreu em abril deste ano. Segundo a família, moradora de Nova Escócia, uma das províncias do Canadá, a garota se matou após ser alvo de bullying por meses após ter sido estuprada.
Segundo ele, em novembro de 2011, sua filha participou de uma festa em que bebeu demais. Aproveitando da situação, quatro garotos a estupraram –dois deles eram ex-namorados dela. Um deles tirou uma fotografia que começou a circular pelas redes sociais (Leia o relato em inglês aqui). Segundo Canning, o Facebook foi avisado nesta terça por Andrew Ennals, que tuitou duas as propagandas que utilizam fotos da garota. “Supremo mau gosto: um anúncio de um site de relacionamento está usando uma foto de Rehteah Parsons”, escreveu o jovem. O suicídio da jovem provocou uma repercussão nacional. Devido ao alcance do caso, o ministério da Justiça do Canadá propôs uma reformulação das leis para conter o bullying virtual. "Após o trágico suicídio de Rehtaeh Parsons, em abril, os governos federal, provinciais e territoriais concordaram, por unanimidade, acelerar a revisão de nossas leis que cercam o cyberbullying”, afirmou em julho o ministro da Justiça, Peter MacKay. A morte da jovem forçou o governo da Nova Escócia a aprovar uma lei que permite às pessoas processarem indivíduos que estejam importunando seus filhos ou buscar proteção da Justiça caso sejam alvos do chamado ciberbullying. “Lembre-se, apenas porque essas imagens no Facebook são gratuitas não quer dizer que elas custarão nada, especialmente se você levantar imagens de menores", escreveu o paí da garota.
Recentemente, Facebook foi condenado a pagar US$ 20 milhões por ter veiculado imagens de usuários em peças publicitárias, as chamadas "Histórias Patrocinadas". Após o fato, a rede social sugeriu mudanças de seus termos de uso, a fim de esclarecer como os informações dos membros do site são utilizados para o direcionamento de propagandas. A iniciativa, no entanto, foi alvo de contestação de associações de privacidade e causou uma investigação da Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês).
Fonte: G1, 18/092013
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