Não
é possível a pactuação de Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) e de
Tarifa de Emissão de Carnê (TEC) após 30/4/2008 (início da vigência da
Resolução 3.518/2007 do CMN), permanecendo válida a pactuação de Tarifa
de Cadastro expressamente tipificada em ato normativo
padronizador da autoridade monetária, a qual somente pode ser cobrada no
início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira.
Com o início da vigência da Resolução 3.518/2007 do CMN, em
30/4/2008, a cobrança por serviços bancários prioritários para pessoas
físicas ficou limitada às hipóteses taxativamente previstas em norma
padronizadora expedida pelo Bacen. Em cumprimento ao disposto na
referida resolução, o Bacen editou a Circular 3.371/2007. A TAC e a TEC
não foram previstas na Tabela anexa à referida Circular e nos atos
normativos que a sucederam, de forma que não mais é válida sua pactuação
em contratos posteriores a 30/4/2008. Permanece legítima, entretanto, a
estipulação da Tarifa de Cadastro, a qual remunera o serviço de
"realização de pesquisa em serviços de proteção ao crédito, base de
dados e informações cadastrais, e tratamento de dados e informações
necessários ao inicio de relacionamento decorrente da abertura de conta
de depósito à vista ou de poupança ou contratação de operação de crédito
ou de arrendamento mercantil, não podendo ser cobrada cumulativamente"
(Tabela anexa à vigente Resolução 3.919/2010 do CMN, com a redação dada
pela Resolução 4.021/2011). Ademais, cumpre ressaltar que o consumidor
não é obrigado a contratar esse serviço de cadastro junto à instituição
financeira, pois possui alternativas de providenciar pessoalmente os
documentos necessários à comprovação de sua idoneidade financeira ou
contratar terceiro (despachante) para fazê-lo. Tese firmada para fins do
art. 543-C do CPC: “Com a vigência da Resolução CMN 3.518/2007, em
30.4.2008, a cobrança por serviços bancários prioritários para pessoas
físicas ficou limitada às hipóteses taxativamente previstas em norma
padronizadora expedida pela autoridade monetária. Desde então, não mais
tem respaldo legal a contratação da Tarifa de Emissão de Carnê (TEC) e
da Tarifa de Abertura de Crédito (TAC), ou outra denominação para o
mesmo fato gerador. Permanece válida a Tarifa de Cadastro expressamente
tipificada em ato normativo padronizador da autoridade monetária, a qual
somente pode ser cobrada no início do relacionamento entre o consumidor
e a instituição financeira.” REsp 1.251.331-RS e REsp 1.255.573-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgados em 28/8/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário